O GOLPE QUE PREOCUPA EMPRESAS E AUTORIDADES
A Epidemia dos Atestados Médicos Falsos
A venda de atestados médicos falsificados na internet tem crescido de forma alarmante, especialmente nos períodos de férias. Com a chegada do fim de ano, muitos trabalhadores buscam formas ilícitas para estender seus dias de descanso, alimentando um mercado clandestino que opera por redes sociais e aplicativos de mensagens. Esses documentos fraudulentos podem ser adquiridos por valores entre R$ 20 e R$ 50, tornando-se um problema sério para empresas e autoridades.
Os falsificadores têm aperfeiçoado suas táticas, utilizando dados reais de médicos – muitos já falecidos ou que desconhecem o uso indevido de seu nome. A rapidez na obtenção desses documentos dificulta a fiscalização, tornando o golpe cada vez mais comum. Com poucos cliques, o fraudador entrega um atestado pronto para ser utilizado, sem que o funcionário precise sequer sair de casa.
O Impacto Para Empresas e Colegas de Trabalho
O uso de atestados falsos não prejudica apenas o empregador, mas também os próprios colegas de equipe. Enquanto um funcionário falta injustificadamente, outros precisam assumir sua carga de trabalho, gerando insatisfação e sobrecarga. Além disso, as empresas enfrentam perdas financeiras devido à queda de produtividade e custos extras com substituições emergenciais.
O setor de Recursos Humanos tem investido em medidas para combater essa fraude, como verificações mais rigorosas e contato direto com médicos e clínicas. Caso um atestado falsificado seja identificado, o funcionário pode ser demitido por justa causa e denunciado às autoridades, respondendo por crime de estelionato, conforme o artigo 171 do Código Penal.
O Desafio no Combate à Fraude
Os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) e órgãos fiscalizadores estão atentos ao problema, mas enfrentam dificuldades para combatê-lo. A falta de regulamentação específica para a venda de documentos falsos na internet e a morosidade da justiça dificultam a identificação e punição dos responsáveis.
As autoridades recomendam que as empresas denunciem suspeitas de fraude e que os trabalhadores evitem recorrer a esse tipo de prática, pois as consequências podem ser severas. Além do risco de demissão, o uso de um atestado falso pode resultar em processos criminais e danos irreversíveis à reputação profissional.
Em tempos de fiscalização intensificada e novas tecnologias para autenticação de documentos, apostar nesse golpe pode transformar as férias prolongadas em um grande problema judicial.