Operação Sem Desconto aponta possível uso indevido de dados pessoais em todo o Brasil
Um relatório divulgado pela Controladoria-Geral da União (CGU) nesta quarta-feira (23) revelou um cenário preocupante: 97,6% dos aposentados e pensionistas do INSS entrevistados afirmaram nunca ter autorizado os descontos em folha de pagamento que constam nos seus benefícios mensais. A descoberta faz parte da Operação Sem Desconto, uma ação conjunta entre a CGU e a Polícia Federal, que visa investigar irregularidades envolvendo o uso indevido de dados de segurados da Previdência Social.
Desse total, 1.242 pessoas disseram nunca ter autorizado qualquer desconto, enquanto 1.221 (95,9%) relataram não pertencer a nenhuma associação ou entidade sindical, o que levanta sérias suspeitas sobre a origem dos débitos.
Descontos indevidos podem estar ligados a fraudes organizadas
De acordo com a CGU, os descontos podem estar sendo aplicados de forma fraudulenta, com base em cadastros falsos ou sem o consentimento do beneficiário. Esses descontos variam de R$ 5 a R$ 30 por mês, e embora pareçam pequenos individualmente, somam valores significativos quando aplicados em larga escala.
A operação busca identificar os responsáveis pelas práticas ilícitas e garantir a devolução dos valores cobrados indevidamente. Segundo os investigadores, há indícios de que os dados pessoais dos aposentados foram utilizados sem autorização, e, em alguns casos, até por meio de contratos falsificados.
O que fazer em caso de desconto suspeito?
O INSS recomenda que qualquer aposentado ou pensionista que identificar valores não reconhecidos sendo descontados da sua folha entre em contato pelos canais oficiais, especialmente o telefone 135, ou vá pessoalmente a uma agência da Previdência Social.
Também é possível acompanhar o extrato de pagamentos e identificar os descontos diretamente pelo aplicativo ou site Meu INSS, que oferece acesso seguro e detalhado às informações do benefício.