Centrais sindicais argentinas devem realizar o protesto mais forte contra o governo de Javier Milei desde a sua posse na quarta-feira, 24, data marcada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central sindical da Argentina, para a primeira greve geral do país desde que Milei assumiu. As manifestações foram convocadas no dia 28 de dezembro como uma reação a medidas anunciadas pelo libertário que alteram diversas normas relacionadas a economia argentina e regulações trabalhistas.
Os sindicatos argentinos rejeitam o chamado “decretaço” (que altera 350 normas em várias áreas e mudando diversos setores da economia argentina), de Milei, especialmente em relação à reforma trabalhista. No dia 3 de janeiro, a reforma trabalhista foi revogada pela Justiça da Argentina. A suspensão temporária foi decidida na Câmara Nacional de Apelações do Trabalho. Eles também rejeitam um decreto do presidente que contempla a revogação ou modificação de mais de 300 leis que pretendem modificar de forma significativa a economia argentina. No campo trabalhista, o pacote de medidas introduz mudanças que desafiam o poder sindical e alteram a legislação que até então beneficiava os trabalhadores. Por um lado, limita o direito à greve em atividades essenciais, como serviços hospitalares, educação e transporte, e abre caminho para novos métodos de indenização que facilitariam as demissões.
Também permite que os trabalhadores enviarem suas contribuições diretamente a prestadores de saúde privados, em vez de o fazerem por meio de obras sociais sindicais como era feito até agora, impactando uma fonte importante de recursos para o setor.
O anúncio da greve surge um dia após a CGT, junto com a Central de Trabalhadores da Argentina (CTA) e organizações sociais.