Segundo o presidente executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), Ricardo Berkiensztat, houve um aumento de 236% nas denúncias de antissemitismo no Brasil após as recentes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reação de Israel contra o Hamas.
Lula tem acusado frequentemente Israel de fazer um “genocídio” contra os palestinos que vivem na Faixa de Gaza, e que já somam mais de 30 mil mortos segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas. Berkiensztat diz que há uma conexão direta entre as falas de Lula e o aumento das denúncias de antissemitismo no Brasil.
Na semana que antecedeu o discurso de Lula na Etiópia, o Departamento de Segurança Comunitária da Fisesp recebeu 46 denúncias de antissemitismo, incluindo atos em escolas. Após o pronunciamento que fez a comparação com o Holocausto nazista, foram 165 novas denúncias.
Ricardo Berkiensztat diz que tem alertado isso ao governo federal e às autoridades em geral pela preocupação que o tom do discurso pode gerar ao país.
A mais recente crítica a Israel ocorreu nesta quarta (28), em que voltou a chamar a ação israelense de genocídio e criticou gastos militares. Sobre esta fala em específico, a Fisesp ainda não se pronunciou.
O presidente da Fisesp, Marcos Knobel, também considerou as falas de Lula como um estímulo ao discurso de ódio. As queixas, segundo a entidade, chegam por meio de mensagens em redes sociais e em grupos de Whatsapp da instituição, consistindo em agressões verbais, também direcionadas a alunos judeus em escolas e universidades. De janeiro a fevereiro de 2024, a Fisesp registrou 602 casos de antissemitismo, quase um terço do total de denúncias do ano anterior.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo, escrito por Guilherme Grand.